sábado, 18 de fevereiro de 2012

A morte de Gregor Samsa / 2

www.omatambai.blogspot.com

O mistério permanece com sua beleza.

Muda o corpo, muda o ritmo
tudo encontra as águas e de repente some.

Mas o que nunca esteve continua lá.

Amanhece um novo suspiro
simples janela aberta pro mar
e sem vontade alguma de oração
é quaresma outra vez.

Vem viva a soma de cores
rumo eterno das coisas.

www.omatambai.blogspot.com

Já se foram... entrudos, cucumbis, patuléias nossas de cada dia.

Lá vai nossa gente.
Becos trôpegos de paralelepípedos
cambaleia a gente
soluços, gemidos.
Indiferente, a tribuna faz nada
Tudo está feito:
- Até o riso nós cercamos.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Cimarrones, cabildos, candombes

A terra se molda em carne
e escapa pelos dedos quando teimam em grilar.

Ovula filhos do vento.

Por todos os cantos
novos bantos há.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Negras Diásporas

De azul e branco enterrado
murcha o pano, a pele.
Onde vive hoje a vida leve,
sem tristeza que a altere
é seu canto que um dia
embalou o sonho que floresce,
com brisas soltas de um passado.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Los huesos de la mariposa

Pequenices.

A lua de bons ares numa noite de milongas
E mesmo as murgas se despedaçando como vidros em pobres cabeças

Tudo desengonçadamente delicado.

Como crianças brincando na colônia de um antigo sacramento.

Tudo deliciosamente saboreado.

OGÃ

Matuta o velho:

- Minhas mãos são feitas de um couro que teima em bater pras ondas do vento.
São de sangrar em pele.
Teu corpo é desta crença, teu espírito trovoada no gongá maior de vida .
Entende preta que é de força que se trata nossa luta.
Assim quer Zambi.
E isso é bom!!
Pois é de luta a criação e toda essa vontade de viver.
Entende que disso não se pode fugir
e que minhas mãos são palmas pra te ver dançar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ser Poeta / 2

Ausente da grande presença
em busca ainda do que não há de vir.

Verso refúgio,
filho de todas as angústias e prazeres
nasce da morte
por um não sei quê
num corpo de não sei como.

Conforta e irrita.

É um viver portanto
na mais pura essência.